Casa dos Condes de Santar e Magalhães

A Casa dos Condes de Santar e Magalhães encontra-se na mesma família desde o século XVI e, com o casamento de Maria Teresa Lancastre de Mello com José Luís d´Andrade de Vasconcellos e Souza no século XX, juntam-se a representatividade das ilustres casas, com honras de parente da Casa Real, Óbidos, Sabugal, Palma, Alva e Santa Iria a esta família.

José Luís e Pedro de Vasconcellos e Souza, herdeiros deste vasto património histórico cultural, são os fundadores do projeto Santar Vila Jardim conjuntamente com a família Ibérico Nogueira e Portugal Loureiro.

Condes de Sabugal (1582)


Título criado, em 1582, por carta régia de Felipe I de Portugal a favor de D. Duarte de Castelo Branco, Meirinho-mor do reino*, cargo que seu pai, D. Afonso de Castelo Branco também desempenhara no reinado de D. João III.

Ainda antes da União Ibérica, D. Duarte de Castelo Branco fora enviado a Madrid, em 1571, com a incumbência de negociar o casamento do rei D. Sebastião (1554-1578) com a Princesa Maximiliana da Baviera. Contudo, o que Felipe II de Espanha não sabia, é que o meirinho-mor levava instruções secretas para atrasar essas mesmas negociações, que, obviamente se viriam a gorar, para satisfação do monarca português.

Duarte de Castelo Branco acompanharia D. Sebastião na trágica expedição a Marrocos tendo sido feito prisioneiro em Alcácer Quibir. Foi um dos cinco fidalgos que o Xerife de Fez libertou, - depois de ter recebido dez mil cruzados de resgate - para identificar o corpo de D. Sebastião no campo de batalha e negociar com Portugal o resgate dos outros cativos.

Depois do seu regresso a Portugal, seria enviado a Roma, pelo Cardeal D. Henrique (1512-1580), que subira ao trono por morte do sobrinho, D. Sebastião. A missão não era fácil. Convencer o papa Gregório XIII a autorizar que o cardeal rei renunciasse aos seus votos para se poder casar e procriar a fim de garantir a sucessão da dinastia de Aviz. O papa não autorizaria o que iria provocar, a curto prazo, uma crise dinástica.

Duarte de Castelo Branco seria, ainda, incumbido pelo cardeal rei de, de ir a Tomar, para prender o seu sobrinho rebelde, D. António Prior do Crato. Avisado a tempo, este fugiria para Coimbra escapando à prisão.

Partidário da causa de Felipe II no processo de sucessão ao trono português, D. Duarte de Castelo Branco seria admitido na Junta de Defesa criada pelos cinco Governadores, ainda designados em vida pelo cardeal D. Henrique, para gerirem o reino após a sua morte e até à escolha de um novo soberano.

Perante o apoio popular ao Prior do Crato, após a morte do velho monarca, D. Duarte de fugiria para Espanha, levando consigo o dinheiro e joias da Coroa que, como vedor da Fazenda, tinha à sua guarda. A sua lealdade seria recompensada com o título de Conde de Sabugal e, em 1593, seria nomeado, juntamente com mais quatro nobres, Governador do Reino de Portugal.

Por ironia do destino, o seu filho primogénito, e 2º Conde de Sabugal, D. Francisco de Castelo Branco, fruto do seu casamento com D. Catarina de Menezes, filha do alcaide-mor de Santarém, morreria, em 1644, na batalha do Montijo combatendo os espanhóis ao lado das tropas de D. João IV.

O título passaria então para sua filha, D. Brites de Menezes a qual viria a casar, em primeiras núpcias com D. Nuno de Mascarenhas, senhor da casa de Palma (sem renovação). O primogénito deste casamento foi D. João de Mascarenhas de Castelo Branco da Costa que viria a ser o 2º Conde da Palma, em sucessão do seu tio paterno, o 1º Conde da Palma, e, por sucessão de sua mãe, Conde de Sabugal. Do seu casamento com D. Joana de Vilhena nasceu D. Brites de Mascarenhas da Costa Castelo Branco, que herdaria as casas de Sabugal e de Palma. Ao casar-se com D. Fernando Martins Mascarenhas, 2º Conde de Óbidos, juntou, num só tronco, três casas ilustres: Sabugal, Palma e Óbidos.

Posteriormente, já no século XX, a representação destas três casas passaria para o 2º Marques de Santa Iria, D. José Luis Vasconcellos e Souza, da Casa Castelo Melhor, sobrinho materno dos dois últimos titulares.

Atualmente, é o 14º conde de Sabugal Kristian Luis Austad de Vasconcellos e Souza (1992-)

Condes de Palma (1624)


Título criado, por Felipe III de Portugal, a 30 de março de 1624, a favor de D. António Mascarenhas Costa (c.1610-1633)

Entre os antepassados ilustres desta casa destaca-se, pela sua importância, D. Pedro de Mascarenhas (1484-1555), militar e diplomata.

Em 1512, comandaria uma armada portuguesa que avistaria, pela primeira vez algumas ilhas do Índico. O conjunto de vários pequenos arquipélagos - entre os quais, Reunião, Maurícias e Rodrigues - passaria a ser designado por Ilhas Mascarenhas, em sua honra.

Entre 1525 e 1526, D. Pedro de Mascarenhas seria capitão-mor de Malaca.

Enquanto embaixador de Portugal destingiu-se pela missão levada a cabo com sucesso, que desempenhou junto da Santa Sé. Queria o monarca português que o papa Paulo III autorizasse a vinda da Companhia de Jesus para Portugal. Terminada a missão, D. Pedro de Mascarenhas regressaria, em 1540, na companhia de Francisco Xavier, mais tarde canonizado.

Pedro de Mascarenhas regressaria à Índia, em 1554, como vice-rei cargo que ocuparia até à sua morte, no ano seguinte.

Regressando ao seu descendente, D. António Mascarenhas Costa. Apesar de ter morrido muito cedo, foi, para além de morgado **de Palma (Alcácer do Sal), alcaide-mor de Trancoso e Castelo de Vide e comendador de Santa Maria da Deveza e de Niza, ambas na Ordem de Cristo.

Por sua morte, sem descendência - embora tivesse sido casado com D. Maria de Távora, dama da Rainha Isabel de Boubon - a Casa de Palma passaria para o seu irmão, D. Nuno Mascarenhas da Costa - que não renovaria o título – e que se iria casar com a 3ª condessa do Sabugal, D. Brites de Meneses.

Deste casamento nasceria, D. João Mascarenhas de Castelo Branco da Costa (1630-?) que viria a ser o 2º Conde de Palma, alcaide-mor e comendador de Castelo de Vide. Só não seria conde de Sabugal por ter falecido antes de sua mãe. Casou com sua prima D. Joana de Castro. Seria a filha de ambos, D. Brites Mascarenhas da Costa Castelo Branco Barreto (1657-1709) quem herdaria a Casa de seus pais e respetivas alcaidarias. De sua avó paterna, herdaria também o título de Condessa de Sabugal e o ofício de meirinho-mor. Pelo seu casamento com D. Fernando Martins Mascarenhas, 2º Conde de Óbidos, ficou a Casa de Palma ligada às de Sabugal e Óbidos.

Por morte de seu filho, D. Francisco d’Assis Mascarenhas, (1693-1718), que morreu solteiro, a representação da Casa de Palma passaria para as de Óbidos e Sabugal.

O 6º conde de Palma, D. Francisco d’Assis Mascarenhas (1779-1843) viria também a ser 1º marquês de S. João de Palma (Brasil)

Posteriormente, por morte, sem descendência do 11º conde de Óbidos (12º da Palma e 11º de Sabugal) a representação destes títulos cairia em, D. José Luís de Vasconcellos e Souza, 2º Marquês de Santa Iria (1888-1966) e sobrinho dos últimos titulares.

Marqueses de Santa Iria (1833)


Título criado por D. Pedro IV, na menoridade de D. Maria II, a 4 de abril de 1833

Foi primeiro Marquês de Santa Iria, o 3º Conde de Alva, D. Luís Roque de Souza Coutinho Monteiro Paim (1783-1850) que nasceria, em Paris. Seria fruto do segundo casamento de seu pai, o diplomata D. Vicente Roque José de Souza Coutinho de Meneses Monteiro Paim. Este casamento, fora uma imposição do Marquês de Pombal. Despeitado por D. Isabel Juliana - filha e herdeira de D. Vicente de Souza Coutinho Monteiro Paim - se ter recusado a consumar o casamento, a que fora obrigada, com o seu filho, o ministro de D. José impôs ao pai um novo casamento com vista a que, como veio a acontecer, D. Isabel Juliana fosse deserdada pelo nascimento de um filho varão.

Batizado, em perigo de vida pouco depois de nascer, o futuro primeiro Marquês de Santa Iria, teria, mais tarde, a imposição dos Santos Óleos, na Capela Real de Versalhes sendo padrinhos os malogrados reis de França, Luis XVI e Maria Antonieta.

Durante a Guerra Peninsular (1807-1814) foi ajudante de Beresford, comandante-chefe do Exército luso-britânico.

Liberal, teve de se exilar durante o reinado de D. Miguel (1828-1834). Desembarcou com as tropas liberais no Mindelo tendo estado no Cerco do Porto. No final da Guerra Civil voltou a ser governador de Armas do Algarve. Foi par do reino (1826), alcaide-mor de Rio Maior, 6º morgado de Alva. Foi Grã-Cruz das Ordens de Nª Sª da Conceição de Vila Viçosa, de Ernesto Pio, de Saxónia, e de Isabel a Católica de Espanha. Foi ainda grande-oficial da Legião de Honra de França, comendador da de Leopoldo da Bélgica e cavaleiro da de Torre e Espada.

Em maio de 1800 casaria, com a filha de sua irmã mais velha, D. Maria Ana Vicência de Souza Holstein, irmã do 1º Duque de Palmela. Por que o destino, por vezes, reverte as injustiças, reunir-se-ia na descendência de D. Maria Ana tudo que o Marquês de Pombal quisera retirar a sua mãe.

O filho primogénito dos 1ºs Marqueses de Santa Iria viria a ser também o 4º Conde de Alva. Mais tarde, a representação desta casa viria a cair na descendência do 3º filho dos primeiros Marqueses de Santa Iria, D. Pedro de Souza Coutinho Monteiro Paim que foi também 6º conde de Óbidos, 6º Conde do Sabugal e 7ª Conde da Palma, pelo seu casamento com a herdeira destas casas, D. Eugénia Maria de Assis Mascarenhas Castelo Branco Costa e Lancastre.

Por morte do 11º Conde de Óbidos (11º Conde de Sabugal e 12º Conde da Palma) a representação destas casas cairia em D. José Luís Vasconcellos e Souza, 2º Marquês de Santa Iria (1888-1966). Por sua morte, todos estes títulos passaram para o seu filho D José Luís Andrade de Vasconcellos e Souza (1925-2006) que, viria a casar-se com D. Maria Teresa Lancastre de Melo, 3ª condessa de Santar e 4ª viscondessa de Taveiro.

Atualmente, José Luís de Melo de Vasconcellos e Souza (1959-) é o 4º marquês de Santa Iria, 13º conde de Sabugal e 6º conde de Alva 



Luis Mascarenhas


Vasco Mascarenhas


Pedro Mascarenhas

Condes de Óbidos (1636)


Título criado por Filipe III de Portugal a 22 de dezembro de 1636.

Foi 1º conde de Óbidos, D. Vasco Mascarenhas (1605-1678) que receberia de Filipe III este título pelos serviços prestados, na Flandres e no Brasil. A esta colónia voltará, em 1639, como general de artilharia, tendo então, interinamente, substituído o Conde da Torre no cargo de governador do Brasil. Em 1640, apoiou a nova dinastia de Bragança colocando-se ao lado de D. João IV. Sob as ordens do novo monarca foi governador do Algarve e, em 1643, das Armas do Alentejo. Em 1644 receberia honras de conde Parente. Um cerco a Badajoz, mal sucedido valer-lhe-ia o desagrado do rei e a sua prisão.

Em 1652 foi nomeado Vice-Rei da Índia. Contudo, a sua atuação severa provocou o descontentamento geral e levou-o novamente à prisão. De volta ao reino, não foi muito bem recebido. Porém, por nomeação de D. Afonso VI viria a fazer parte do Conselho de Estado, em 1662. Nesse mesmo ano é nomeado Vice-Rei do Brasil. Teve um vice-reinado atribulado, não só por ter enfrentado o problema de uma violenta epidemia de varíola, mas, sobretudo, pelo trabalho que teve em repor a ordem nos negócios daquela colónia, marcados por abusos, esbanjamento do erário público e corrupção.

Em 1667 foi nomeado estribeiro-mor da rainha D. Maria Francisca Isabel de Saboia, cargo que desempenhou até à sua morte. Seria ele quem mandaria levantar, em Alcântara um palácio, sobranceiro ao Tejo que é hoje a sede da Cruz Vermelha Portuguesa.

Mais tarde, em 1749, o rei D. João V concederia a D. Manuel Assis de Mascarenhas, 3º conde de Óbidos, honra hereditária de Parente da Casa Real. Isso não o impediu de ser encarcerado, em 1760, na prisão da Junqueira, onde viria a falecer, por ter sido injustamente associado ao atentado contra o rei D. José I.

O 5º conde de Óbidos (também 5º conde de Palma e 5º conde de Sabugal) teve honras de parente concedidas, em 1823, por D. João VI. Para além de meirinho-mor do reino, era um homem extremamente culto que falava várias línguas e que se distinguiu pela sua inteligência nos salões literários da Marquesa de Alorna.

Durante a primeira Invasão Francesa, foi um dos nobres portugueses incorporados, à força, na Legião Portuguesa para combater sob a águia napoleónica. Viria a ser condecorado, por Napoleão, pela sua bravura no campo de batalha. Ao regressar a Portugal, e por ter servido em França seria desterrado para os Açores.

Liberal, partiu para o exilio durante o breve reinado de D. Miguel (1828-1834). Seria nomeado, pelo governo no exilio, Ministro de Portugal junto à corte brasileira. De regresso a Lisboa manteve-se afastado da política dedicando-se às Letras.

Vicissitudes várias levaram a que a linha de representação desta Casa (Óbidos, Sabugal, Palma e Alva) se desviasse várias vezes. A representação acabaria por cair no 2º Marquês de Santa Iria (1888-1966), sobrinho materno dos dois últimos titulares. Hoje, o título de 13º conde de Óbidos pertence ao filho primogénito de José Luis de Vasconcellos e Souza (1959-) (12º conde de Óbidos, 4º Marquês de Santa Iria, 13º conde de Sabugal e 6º conde de Alva), Kristian Luís Austad de Vasconcellos e Souza. 

Condes de Alva (1729)


Título criado por decreto de 29 de abril de 1729 por D. João V.

Seria o 1º conde de Alva, D. João de Souza e Ataíde (1663-1740, filho do 6º conde de Atouguia. Militar distinto pertenceu ao Conselho de Guerra. Governou as Armas do Minho e Alentejo e distinguiu-se na Guerra de Sucessão espanhola tendo acompanhado o Marques de Minas na audaciosa campanha de Madrid. Apesar de ter sido casado com D. Constança Luisa Monteiro Paim, senhora do morgado de Alva, não teve descendência. O morgadio passaria então para a irmã da condessa, D. Maria Antónia de S. Boaventura de Meneses Paim que casaria com um filho segundo do 11º conde de Redondo, D. Rodrigo de Souza Coutinho. Seriam os pais de D. Vicente Roque José de Souza Coutinho Monteiro Paim. Este teria, do seu primeiro casamento uma filha, D. Isabel Juliana de Souza Coutinho Monteiro Paim. Herdeira de um importante morgadio, foi cobiçada pelo Marquês de Pombal para esposa do seu segundo filho José Francisco de Carvalho Daun. Enamorada de D. Alexandre de Souza Holstein, D. Isabel Juliana não aceitou a ideia. Obrigada a casar-se, conseguiu evitar a consumação do matrimónio, que acabaria por ser anulado. Como vingança, seria encarcerada num convento onde permaneceria, durante anos, até à queda do Marquês de Pombal. O seu sacrifício, porém, seria recompensado já que viria a casar com D. Alexandre de Souza Holstein apos a sua libertação.

Vicente Roque José de Souza Coutinho Monteiro Paim, teria um segundo casamento com D. Luisa Inês Isabel de Montboissier Beaufort de Canniliac de quem teria um filho varão D. Luís Roque de Souza Coutinho Monteiro Paim (1783-1850) que viria a ser para além do 3º conde de Alva, o 1º Marquês de Santa Iria.

O 2º conde de Alva, D. Luis de Mascarenhas (c.1685-1756) era o quarto filho dos 2º Marqueses de Fronteira e por sua mãe, filha dos 7ºs condes de Atouguia, sobrinho do 1º Conde de Alva.

Apesar de ter começado por seguir a vida religiosa (foi abade em S. Martinho de Dume) conseguiu uma dispensa papal para poder seguir a carreira das armas. Em 1739 foi nomeado governador da capitania de S. Paulo. Em 1754 era nomeado vice-rei da Índia para onde partiria a 1 de abril desse ano tendo chegado a Goa em setembro desse ano. O seu governo não foi feliz. Começou por dar liberdade de culto aos habitantes dos territórios conquistados pelos seus antecessores para ajudar a pacificação. Contudo, esta atitude, porem não agradou ao governo de Lisboa. Um desentendimento com o potentado de Bounsuló que não cumprira o que estava acordado, levou o vice-rei a declarar-lhe guerra contra o voto contra do Conselho de Estado. Começou esta guerra com fracos recursos vindo a morrer quando marchava sobre Pondá. Nunca se soube se as balas que o mataram tinham vindo dos Maratas ou dos seus próprios soldados, que entretanto se tinham indisciplinado, receosos da sua justiça.

O 3º conde de Alva, foi o já citado D. Luís Roque de Souza Coutinho Monteiro Paim, sobrinho neto dos 2ºs condes.

Posteriormente, por não haver descendência viva do 4º conde de Alva, caiu a representação deste título e do de Marqueses de Santa Iria na descendência de D. Pedro de Souza, irmão do 4º conde de Alva que, pelo seu casamento também era 6º conde de Óbidos, 4º do Sabugal e 7º de Palma. 

Viscondes de Taveiro


Título concedido, por D. Maria II, em duas vidas, por decreto de 26 de novembro de 1851

Maria Rosa de Figueiredo da Cunha e Melo Lacerda e Lemos (1832-1882) foi a 1ª Viscondessa de Taveiro e a 7º senhora do morgado do mesmo nome. A 26 de Novembro de 1849 casou com José de Melo Pais do Amaral de Souza Pereira de Vasconcellos e Meneses, 7º senhor do morgado de Santar e Corga e 4º do de S. João de Lourosa. Este, que teve permissão de usar o título de sua mulher, era filho de Jose de Melo Pais do Amaral, fidalgo da Casa Real e capitão-mor dos concelhos de Senhorim e Canas de Senhorim.

O 2º Visconde de Taveiro, José Pedro Paulo de Melo de Figueiredo Pais do Amaral da Cunha Eça Abreu e Souza de Meneses Pereira de Lacerda Lemos e Vasconcellos, viria a ser o 1º conde de Santar.

Por autorização de D. Manuel II, já no exilio, o filho do 2º Visconde, Pedro Paulo António de Melo de Figueiredo Cais do Amaral (1905-1947) pode continuar a usar o título que passou mais tarde para sua filha D. Maria Teresa de Lancastre de Melo, representante dos títulos de Santar e Taveiro e, pelo seu casamento, condessa de Palma.



1º Viscondes de Taveiro
D. Maria Rosa de Figueiredo da Cunha D’Eça Abreu e Melo Pereira de Lacerda e Lemos


1º Viscondes de Taveiro
José de Melo Pais do Amaral de Sousa Pereira de Vasconcelos e Meneses

Condes de Santar (1904)


Título criado pelo rei D. Carlos por decreto de 23 de janeiro de 1904.

Jose Pedro Paulo de Melo de Figueiredo Pais do Amaral da Cunha Eça Abreu e Souza de Meneses Pereira de Lacerda Lemos e Vasconcellos (1853-1914) foi fidalgo da Casa Real e senhor da Casa de Santar e outros vínculos. Em 1878, o rei D. Luís reconhecia-lhe, em verificação da 2ª vida, o título de visconde de Taveiro. Posteriormente, o rei D. Carlos, em 1904 elevava-o à Grandeza, como conde de Santar.

O seu filho Pedro Paulo de Melo Figueiredo Pais do Amaral (1876-1941) seria o 2º conde de Santar, por autorização de D. Manuel II. Homem de grande cultura era um verdadeiro colecionador de arte e um aficionado tauromáquico. Casou com D. Amália de Melo, viúva do eminente almirante Hermenegildo Augusto de Brito Capelo.

Sem filhos, a representação do título caiu na sua sobrinha neta D. Maria Teresa de Lancastre de Melo, filha do 3º visconde de Taveiro.



Condessa de Santar
Maria Teresa Lancastre de Mello


2º Conde de Santar
Pedro Paulo de Melo de Figueiredo Pais do Amaral

Barão e Condes de Magalhães (1870)


O título de barão, a uma vida, foi criado pelo rei D Fernando II enquanto regente. Posteriormente, D. Luis por decreto de 24 de maio de 1870 elevá-lo-ia à Grandeza, como conde.

António Joaquim Vieira de Magalhães (1822-1903) foi o único barão e conde de Magalhães.

Filho de António Vieira de Magalhães (1789-1859), 1º barão e visconde de Alpendurada, foi um dos grandes negociantes da praça de Lisboa tendo sido diretor do Mercado da Praça da Figueira e da Real Fábrica da Marinha Grande. Entrou na política ao lado do conde de Peniche, mais tarde, Marquês de Angeja. Após o pronunciamento do Duque de Saldanha, em 1870, assumiu a pasta da Fazenda no chamado «Ministério dos 100 dias». Foi um apoiante fiel do conde de Peniche nas suas inúmeras conspirações tendo-se juntado, mais tarde à dissidência política chefiada por Vaz Preto.

Foi eleito par do Reino em 1892. Foi Grã Cruz das Ordens de Nª Sª da Conceição de Vila Viçosa, de Carlos III de Espanha e do Santo Sepulcro de que foi dignitário português a partir de Setembro de 1902. Do seu casamento com D. Antónia Maria de Orta (1838-1905), filha do 1º Visconde de Orta, teve duas filhas. Maria Antónia que casaria com o conde de Santa Cruz de los Manueles, grande de Espanha e marquês de Lierta e Margarida que, pelo casamento, viria a ser condessa de Santar e viscondessa de Taveiro.

Homem de muito bom gosto foi colecionador de obras de arte sendo conhecido na Lisboa elegante pelas suas soirées. A esse propósito referia-se, no Diário Illustrado de 25 de janeiro de 1898 «tudo alli era distincto hontem desde os convidados até á forma gentil porque os condes recebiam, bem como as suas estimáveis filhas as Senhoras Viscondessa de Taveiro e D. Maria Antónia.»

Atualmente, o título de conde de Magalhães está em Pedro Paulo de Melo de Vasconcellos e Souza (1965-), terceiro irmão de José Luís Vasconcellos e Souza, 4º marquês de Santa Iria.



António Joaquim Vieira de Magalhães
1º Conde de Magalhães

Condes e Marqueses de Castelo Melhor (1611)


Luis de Vasconcelos e Souza
Luís de Vasconcellos e Souza.
3º Conde de Castelo Melhor

Título concedido por Filipe II de Portugal por carta de 21 de março de 1611.

Foi 1º conde de Castelo Melhor, Rui Mendes de Vasconcellos de Vasconcellos ( ?-1618). Foi senhor das vilas de Almendra e Valhelhas, alcaide-mor da Covilhã e de Penamacor, capitão general de Tanger e mordomo-mor da rainha D. Margarida da Áustria, mulher de Filipe III de Espanha.

Sem descendência varonil pediu licença ao rei para nomear seu sucessor o seu parente Francisco de Souza e Vasconcellos, alcaide-mor de Pombal, com a condição de este casar com a sua neta, D. Mariana de Lancastre, filha do 3º conde da Calheta. Como o noivo morreu, entretanto, os direitos e o ajuste do novo casamento passariam para o seu irmão João Rodrigues de Vasconcellos e Souza (1593-1658) que viria a ser, por isso, 2º conde de Castelo Melhor. Esta sucessão, porém não foi pacífica tendo outros parentes de D. Mariana reivindicado a posse do título. Este, contudo viria a ser reafirmado em D. João Rodrigues de Vasconcellos e Souza por alvará real de 1635.

Três anos depois, iria para o Brasil onde prestou bons serviços. Após a Restauração, e ainda no Brasil revoltou-se com outros fidalgos contra o poder castelhano tentado trazer de Cartagena das índias, para Portugal os galeões que ali estavam. Denunciado, acabaria por ser preso com os seus companheiros e torturado para que nomeasse todos os conspiradores.

Nunca tendo falado, deixaram-no, finalmente, apelar para Castela para onde irá para ser ouvido. Sabedor disso, D. João IV contratou corsários holandeses para assaltarem o navio em que viajava preso para o resgatarem, o que veio a acontecer.

Em paga da sua lealdade, o 2º conde de Castelo Melhor recebeu grandes mercês e foi nomeado governador de armas de Entre o Douro e Minho. Foi também governador do Alentejo e Conselheiro de Guerra.

Em 1649 foi nomeado governador do Brasil tendo, durante os quase quatro anos que ali esteve, combatido bravamente os holandeses. De regresso a Portugal voltou a ser nomeado governador de Entre Douro e Minho tendo falecido no desempenho destas funções.

A sua viúva, por ter sido camareira-mor da rainha D. Maria Francisca de Saboia foi elevada ao título de Marquesa de Castelo Melhor. Em 1643, esta senhora tinha-se distinguido no cerco de Monção, quando, na falta de homens para defender aquela praça de armas, as mulheres se apresentaram para combater. Seria ela a cabecilha desse exército feminino que evitaria que Monção caísse nas mãos dos espanhóis.

Por morte de seu irmão, D. Mariana de Lancastre herdaria os vínculos e senhorios da Casa de Calheta.

Foi 3º conde de Castelo Melhor, D. Luís de Vasconcellos e Souza (1636-1720) que foi o influente ministro de D. Afonso VI, reposteiro-mor da Casa Real, escrivão da puridade e conselheiro de Estado.

Tendo ganho a confiança de D. Afonso VI conseguiu retirá-lo à influência da mãe, a rainha D. Luisa de Gusmão. O frágil monarca acabaria por colocar todo o poder na mão do seu ministro.

A ele se deve a organização da defesa do Alentejo contra o poderoso exército de D. João da Áustria na qual se somaram as vitórias que iriam encerrar definitivamente a guerra da Restauração.

Contudo, a personalidade fraca de D. Afonso VI levou ao seu afastamento. Castelo Melhor exilar-se-ia, em Londres prestando relevantes serviços à rainha inglesa, D. Catarina de Bragança. Será por isso graças à intercessão desta que Castelo Melhor regressaria a Portugal em 1685. No reinado de D. João V voltou a ser chamado para o Conselho de Estado.

O seu neto, José de Vasconcellos e Souza Caminha da Câmara Faro e Veiga (1706-1769) viria a ser o 4º conde e 1º marquês de Castelo Melhor título concedido por D. José I, em 1766.

O 4º marquês de Castelo Melhor e 8º Conde da Calheta, João Vasconcellos e Souza Câmara Caminha Faro e Veiga (1841-1878) foi muito estimado pelo rei D. Luís I. Reposteiro-mor não aceitou, porém, a mercê de ser par do reino. Amante da Festa Brava, toureou várias vezes, em festas de beneficência tendo sido um dos fundadores do Clube Tauromáquico.

Atualmente, é pretendente aos títulos de 9º marquês de Castelo Melhor, 11º conde da Calheta, 6º conde de Castelo Melhor, 4º Visconde da Várzea, 3º Visconde de Guiães e 2º Visconde de Pinheiro, o único filho póstumo do 5º conde de Castelo Melhor João Brum da Silveira de Vasconcellos e Souza (1920-1958) historiador Bernardo João Gonçalves de Vasconcellos e Souza (1957-).

Tem também a varonia desta casa o ramo Vasconcellos e Souza das casas Santa Iria, Sabugal, Óbidos, Palma, Alva e Santar.

* Magistrado encarregue de aplicar a justiça aos nobres e fiscalizar a aplicação da justiça nas terras senhoriais

** Morgadio. Domínio senhorial inalienável e indivisível que se eram transmitidos, nas mesmas condições ao descendente primogénito varão. Só por falta deste poderia passar para a descendente feminina. Os morgadios foram, à exceção do da Casa de Bragança, que se manteria até 1910, extintos em 1863.

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